segunda-feira, 29 de março de 2010

Destoo dos teus meus eus

Como poderei deixar o aconchego?
Terei coragem para aguentar o comodismo?
Brilharei até onde com a penúria do ego e superego?
Até e porquê viverei do facilitismo?

Que miséria espiritual estarei eu a cultivar?
Poderei bradar ao universo, universo onde estás tu?
Quererei viver uma vida sempre tão cheia de vazio?
Terei a autonomia de me conquistar?

Conseguirei ter a afoiteza para me enfrentar perante a vida?
Conseguirei ter a audácia para penetrar e segurar os outros que me não são e são com um riso e um abraço?
Terei força para me aceitar tal como sou?
Terei a suficiente sabedoria de agradecer um regaço?

Como serei capaz de compreender os frutos das novas gerações?
As sementes que um dia plantei que frutos darão?
Estamos cheios de “eus vazios”. O Mundo terá espaço para si próprio?
Atentarei ao progresso e à mudança?

Conquistarei sempre um lugar?
Vingarei sempre o qb? Ou vingarei o bastante?
Como poderei inovar o trabalho?
Como conseguirei concretizar?

Aprofundarei as relações entre os seres sem ter medo de me magoar?
Até onde me poderei dar?
Gritarei sempre que quiser calar? E calarei sempre que quiser gritar?
Qual a essência da dúvida que me enche de enigmas a marear?

Merecerei um Lugar Divino um dia?
Estarei disposto ao fim?
De que viverá a morte?
Como procurarei serenidade?
Como terei paz d’alma?
Terei arrojo-capaz para falar de Deus?
Sentirei perpetuamente a fé que me protege?
Observarei sem tabu os prazeres simples da vida?
Espantar-me-ei com o poder da simplicidade?
Terei a fugacidade de me conseguir reapaixonar pelos entes e transeuntes?
Somos mais animais do que pensamos ser. Que ser serei eu?
Do que afinal serei capaz?

domingo, 21 de março de 2010

Mesa redonda, cartas na mesa...

Em mesa redonda do eu
Aquieto a perturbação da cumplicidade que me apazigua
Que me perfaz a emoção, que me faz sentir “estou na lua”
Cogito em ti. Em qual ti?
Clamor meu!
Enraivecido em vão…
Alicerço à toa?
Este gigante [des]encontrão.

AAA ti…
A memória impagável, que não se apaga nem tem preço.
Conforta. Ainda mesmo quando não mereço.
Elogio e surpreendo ainda como me te permaneço.
Mas sinto-me, deveras, no completo avesso.
Ama! Luta! É aquilo que te quero e peço.

Tu…
Arte de ouvir, arte de encantar, arte de conviver,
Rotinas o nosso espaço, que é cheio
E longe.
Estaremos sempre a meio
De um rir, de um amar, de um ter…
Por isso, preserva este encanto porque o segredo da alma… é viver

E tu e só tu…
Madrugaste cedo demais,
Desististe… Já éramos, fomos, somos iguais.
Mas não o suficiente.
Aparentaste ser. Mas não o és.
Não lutaste. Ficaste exactamente pelo rés vês.

E agora a ti.
Companheirismo do coração,
Deixa-te de sonhos e provocações…
Somos, carácter forte e boa disposição.
És-me, fora do vulgar… porque te transpões?

Tu finalmente…
Que agora me apareceste, mas por aqui já rondavas
Mexias sempre mas não aparentemente,
Se tivesse acontecido, já tudo estragavas.
Ecoas em mim. Não te posso, quero.
Despertaste enfim… um forte desejo mero.


E assim comemoro o dia da poesia,
- Bem!
Escrevendo para os que me são de paixão…
Ai! O que escreveria?
Senão existissem, hein?

sexta-feira, 19 de março de 2010

Mal a vez

Mal a vez te conquistei,
Mal a vez te tive a ti.
Mal a vez me perdi por entre uma imensidão,
Bebi um copo de Fado,
Eximi o compromisso em favor da paixão
E convivi um belo e bom bocado.
A noite tornou-se dia.
Com aquele luar e alegria.
Beberia todo o Fado da Vida mas só existe um copo,
E o estar perto é uma necessidade que não posso e nem troco.
Alma gémea encontra-te, nem que seja mal a vez.
Sê feliz por ti, pelos teus, por mim, por Deus.

Cuore

Só quem me fez sentir...

Aquilo que me fez ir até:
inconsubíveis agires, pensamentos e sentires, não sei mais o que é!
Ao até ficarei num abismo profundo sem fundo,
ao até amar-te-ei no nosso antigo de outrora mundo.

Ez tudo. Tudo o que posso e não posso dar,
Ez-me a estrela perfeita de compreensão,
Ez um tudo que não posso negar...
"Ez coração".

No nada ou meio tudo, no tudo ou meio de nada,
estarei aqui para te abraçar,
ez para sempre mais que a minha amada
Porque a Amizade sempre nos soube aconchegar!!

Desafio(s)

Chamo-lhe capriccioso (D)esafio.
“Que venham desafios ou cansaços”,
Grito calo cito e estalo:
Desafio o desafio de vio a pavio,
Desvendo a vida vivendo,
Desregro os prazeres improvisando,
Descomponho compondo o coração que não tendo
concerto ou desconcerto, conserto-o.
Desconjunto-me e luto pelo fora do vulgar,
Desoriento-me de imediato com o rebelde olhar.
Desarmo! E não sossego o desasossego de um beijo.
Gostei… Gostava… Gosto…
Imprevisívelmente
(D)esejo.