quarta-feira, 2 de maio de 2012

Maio

Ano formoso não se deita, nem há coveiro que se lhe ajeita. Maio pesado, gordo cansado. Maio forte, mesmo que se esgote. Maeio com fome persistente, este é o meu Maio e o de muita gente.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um Músico que não seja estéril é um ousado nos percursos da contextualização do desconhecido, um insurrecto das convenções do conhecimento. Um Músico mudo é a arte sublime da linguagem que ecoa no silêncio de gestos e corrobora o corpo e a alma.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Perspectiva

A frio, mais um êxtase isolado que padece de incompreensão na razão prática da ordem natural das coisas incandesce.
Considereis certamente, num plano ambíguo ou bastante claro, aquilo que por ânsia ou desespero e prazer me atrevo tenramente a escrevinhar… mas
Tudo não passam de perspectivas.
Perspectivas certas, erradas, confusas, precisas, apaixonadas, ridículas, desapaixonadas, magoadas, acarinhadas, inspiradas, reflectidas e em reflexão, pensadas e impensáveis, inconcebíveis e possíveis, atrozes, intoleráveis e até mesmo perversas, … todas são factíveis, ocorrem e fazem-me parte.
Produz-se uma dada proporção de vontade, acontece.
Cria-se um outro eu imaginário,
e é quando sou mais eu.
Activa-se a virtude coragem, que quantifica a felicidade e dá em nada, apenas palavras mais palavras.
Embora o raciocínio prático me diga que devo agir em determinado sentido, na maior parte das vezes ou quase sempre, acabo por agir noutra direcção persistente.
É por isso que escrevo. Só por isso.
Equivalho-me aos Grandes e Pequenos. Porque todo o Grande um dia já foi pequeno.
Sou igual a mim.
Acredito na minha perspectiva.
Qual é tua?
Tudo é uma questão de perspectiva.
[Aguenta-te!]

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cidade Branca

[Desgraço-me com a minha concentração
Assim, aparto-me e escrevo.
Pasmo com a minha distracção
E cedo à minha ânsia uma vontade]
Não sou de cá.
Sou de terras de outras encruzilhadas, de outros contos e historietas, de planícies amealhadas, onde há cal branca na humildade de gentes manietas de saudade e lembrança.
Sou de uma pasmaceira quieta e serena.
Pagino-me, orgulho-me e agradeço.
[Mas suspendo ininterruptamente o meu espírito quando escrevo, e isso cansa]
Agora, um agora que já faz tempo, aceito a minha cidade
Espreito em cada miradouro a minudência desta criação,
E o de Nossa Senhora do Monte é extravagantemente maravilhoso.
Oh! Que fadário cenário. Tinjo-te com romantismo e realidade…
E rendo-me apenas ao que vejo!
Vejo que em todas as valentes naus cicatrizadas embarca o sentido de conquista optimista.
Velejo por descobertas de antes navegadas e por conquistar…
Somos um, somos mil, somos mais que muitos.
Somos.
“Haja séculos em instantes” neste preciso momento.
Momento sentado à beira de Tejo rio,
Que abriga o quase maior de todos os estuários,
Que recorta e perfila o casario…
[escrevo como alguns, vários…
Porque tentam e tentam escrevinhar]
Em cada esquina,
O gole de sardinha assada,
O cheiro a fado e solidão,
O escutar as marchas na passada
E enxergar Lisboa, a minha cidade, d’alma e coração.
[Fica tanto por dizer, imenso por escrever…
Mas agora tarda, contenta-te por ler.]

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

FEGAM

Quantas vezes pensei em ti?
Quantas vezes falei de ti?
Quantas vezes sofri por ti?
Quantas vezses chorei por ti?

Pensei que te perdera,
Falei que te irias superar,
Sofri de impotência vital mera,
Chorei porque só me restava chorar.

A Esperança é última a morrer,
Contigo aprendi.
Ainda hoje não te consigo esquecer,
desde daquela primeira vez que te vi...

Depois da tempestade vem sempre a bonança.
A nossa palavra chave é e será sempre a

Lembrança.

Tocantei-te uma música
a chorar baba e ranho.
Hoje é o que fica
e o que tenho:

"Nada acontece por acaso
Nada é impossível
Tudo pode acontecer
Mas tu és e serás insusbstituível"

(...)

Estar contigo? É um recomeçar.
Gostar de ti? É um desde sempre e para sempre questionar.


Registado à 01:02:59 do dia 27 de Dezembro de 2005

E de Ventura

Por vezes,

Perco-me no descompassamento do som do meu pensamento
Penso em tudo e absolutamente nada
Penso no que pensei
Penso no que penso
Penso no que gostaria de pensar
Penso no que poderia ter pensado

Mas intensamente penso no que tu podes estar a pensar

Penso em ti

Madrugadas de Novembro

Tudo o que tenho escrito de alma para ti,
fica esquecido algures dentro de mim.
Apaga-se como lume,
Reacende-me a serenidade,
Sinceramente, custou-me a sincera verdade.
"Enxergar", não é o verbo aqui aplicável.
Mas lembro que o disseste de forma miserável!

Ainda sinto um respeito, e nada mais que nada.
Já falei com o meu peito...
Estou só decepcionada.

É maravilhoso viver e custa acreditar.
É difícil de entender este distante separar!

O querer-te? Dissipou-se!!!!!
Num meu acto audaz.
O conquistar-te? Cansou-se!!!!
E o meu amar perdeu-se em zás pás tás!!!

Rancores? Nada sinto!
Por ti? É irrelevante!
Passaste de especial a misera mera do passado amante!

Num tempo irreal, quero desaparecer.
Afirmo: "não te quero mal".
Mas já chega! A mim não me fazes mais sofrer...

Basta! É a palavra.
Aquela que sempre me faltou. Ou porque muito te amava... ou...
Pouco importa! Agora já tudo passou.

Desquerer-te é uma necessidade do meu existir,
Só sinto saudade...
Daquele nosso beijo a sorrir...mas, mas, mas, mas, mas,...
Mas esta lembrança acabará por acabar.
Vou querer voltar a ter confiança com outra pessoa conjugando o verbo amar.
Não soubemos conjugá-lo, não estou arrenpendida.
Não soubemos concretizá-lo, apenas sinto-me incompreendida.

Termino:
"Era uma vez...um ponto final" - Onde cada um de nós começa um novo paragráfo.


Da sempre tua,

Risonha

Madrugadas de Novembro de 2007