sábado, 29 de maio de 2010

Alma de saltos altos e botas da tropa

Olha!
Aquele estranho pedinte que parece um demente
Dotado de uma ousadia sem precedente.

Torpedeio com o que me rodeio:

Sai apregoando aos quatro ventos
Que somos um “manicómio social”
Retrospectando os tempos, definindo alentos
Instigando consciente este sistema global.

Ciente com o que me é indigente.
Escuta!
O velho e o seu método socrático de vida – “em qualquer direcção que percorras a tua alma, nunca encontrarás os seus limites”. De que essência a tua alma é feita?
A alma é torrencial de ingenuidade,
Trágica de emoção, galardoada de necessidade…
- De que essência?
A alma tem saltos altos e botas da tropa,
A alma é mais céu do que chão,
A alma tem contrabaixos e contraltos, e tem copa?
- Sim, onde escondes e foges, onde perdes e encontras o teu são.

“Alma minha alma diz-me quem eu sou”…
Sou mais longe do que eu, saio de mim… minha alma, por até onde vou?
- Vendo sonhos. Anda comigo!
Anda comigo…deixa-me trazer-te na alma.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Intemperança

Mandaram-me ser um todo e pouco,
Ser muito juízo, sou um muito louco.
De literário nada tenho.
A minha literatura sou eu que faço. Ninguém manda e desmanda, diz que diz
Não sou os "quem me dera ser doutor":
Ar snobe, semblante emproado, diz que “sim sim” e não pode.
Não sinto o que escrevo. Quem disse que escrevia?
Não minto no que escrevi. Mas minto no que “sem ti”…
Sou feliz.

E esbarro com a porta no nariz.
Trejeito que dói só quando respiro.
Sustenho a respiração para não doer.
Mas continuo…e suspiro…
E este tem que significado?
Suspiro de amor ou de jeito magoado, contrariado, complicado, rejeitado?

Não chego mais ao penedo da saudade…
Caio longínquo
Ancoro tudo o que sinto
Afinal escrevo… voracidade!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Overdose de amor

Escrito já tudo está, mas falta-me sempre escrever.
Aperceber e recordar o que já vai lá, faz-me arrepender...
Aqui faz-me chorar, na hora faz-me estremecer, agora faz-me lutar, presentemente faz-me fazer, hoje faz-me conquistar.
A isto se chama overdose de amor
perfeito e frágil,
doce e apoquentador,
que me fez sentir inerte até à dor.
Encantas-me,
Impulsionas-me,
Esbarras-me,
Prendes-me,
Apaixonas-me!
Não prometo mais meio mundo e a lua,
apenas estou aqui para quem sabe ser mais uma vez tua.